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Poupança e Investimento
Finanças e investimentos têm grande importância em nossas vidas. No Brasil, no entanto, o tema ainda é pouco ensinado e difundido entre a população. Com os avanços tecnológicos e a popularização das redes sociais, o assunto vem ganhando cada vez mais destaque. Mas com tantas fontes diferentes, qual seguir? Em qual acreditar?
Por envolver algo tão importante e valorizado na sociedade: o dinheiro, o setor financeiro costuma atrair muitas pessoas. Algumas realmente qualificadas e capacitadas; outras com boa intenção, mas pouco conhecimento efetivo; e aquelas que buscam apenas enriquecer às custas dos outros. O primeiro passo para não ser enganado e atingir os seus objetivos é conhecer os principais participantes, o que fazem e o que considerar na hora de avaliar a informação recebida.
Figuras tradicionais no mercado brasileiro, o gerente bancário e seu(s) assistente(s) representam a instituição financeira. Esses profissionais possuem certificações que atestam o conhecimento sobre produtos de crédito e investimentos. Atendem seus clientes segundo critérios de renda e patrimônio, prestando serviços que vão desde a informação e orientação dos produtos disponíveis (varejo), passando por recomendações mais específicas (segmento premium) até a gestão de carteiras e serviços personalizados (private). Para a maioria da população, o atendimento é limitado e restrito a alguns poucos produtos ofertados pela própria instituição. Eventuais conflitos de interesse entre a meta a ser atingida e o melhor para o cliente devem ser considerados.
O assessor de investimento é uma figura relativamente recente no mercado brasileiro. Sua função é aconselhar os clientes sobre os tipos de investimentos disponíveis, não podendo recomendar nenhum ativo específico. Atuando como autônomo e focando no segmento premium, oferece atendimento personalizado além de ter à disposição uma gama maior de produtos para ofertar.
Para poder atuar, o assessor de investimento precisa ser certificado pela ANCORD, o que atesta seu conhecimento sobre os produtos de investimentos e a legislação aplicável. Sua remuneração geralmente é baseada no volume de operações e/ou percentual dos ativos sob gestão. A transparência sobre a forma de remuneração, no início da assessoria e antes do investimento, é essencial para que o cliente avalie possíveis conflitos de interesse nas recomendações.
A recomendação de ativos específicos é feita pelo analista de valores mobiliários. Esse profissional atua em instituições financeiras ou empresas de research, analisando ativos de renda fixa (debêntures, notas promissórias etc), renda variável (ações) e fundos de investimentos, emitindo recomendações de compra e venda.
Para isso, utilizam modelos e ferramentas para análise das demonstrações financeiras, dados econômicos e de mercado, além de informações diversas para compor sua avaliação. A assunção de premissas econômicas e financeiras na projeção de dados é parte crítica nesse processo e tem grande impacto nas recomendações feitas. Por isso, ler de maneira crítica os relatórios de recomendação, analisando a razoabilidade das premissas utilizadas, os cenários projetados e a fonte e consistência dos dados é fundamental na hora de decidir por seguir ou não a indicação recebida.
Já o planejador financeiro tem uma atuação mais abrangente. Sua função é auxiliar na organização das finanças pessoais de seus clientes, incluindo matérias como investimentos, seguros, previdência e, até mesmo, planejamento sucessório. A atividade ainda não é regulamentada e, por isso, pode ser exercida livremente.
A complexidade dos temas envolvidos, a experiência e os conhecimentos necessários, além do acesso a informações sensíveis e sigilosas de seus clientes, demanda cuidado na seleção deste profissional. Verificar a formação, o histórico e referências profissionais é essencial na hora de escolher a pessoa a ser contratada. A certificação CFP é um diferencial importante, atestando o conhecimento necessário e a adesão a um código de ética e conduta profissional.
O gestor de investimentos toma decisões sobre a alocação dos recursos sob seus cuidados. Podem fazer isso em nome de uma pessoa física ou jurídica, porém o mais habitual é atuarem em fundos e carteiras de investimentos. A atividade demanda amplos conhecimentos de finanças e investimentos, além das certificações CGA e CFA.
Avaliar o histórico de performance e, principalmente, sua aderência a política de investimentos é fundamental na hora de escolher esse tipo de profissional (ainda que indiretamente, através da aplicação em um fundo de investimento, por exemplo). O acompanhamento contínuo dessas duas variáveis é essencial para garantir o cumprimento dos objetivos traçados.
Por fim, falando de maneira genérica sobre as demais figuras que atuam nesse segmento e que, muitas vezes, não têm o conhecimento, a experiência ou as certificações necessárias para orientar, recomendar, assessorar e gerenciar investimentos. Apresentam-se, muitas vezes fazendo mau uso dos termos: coaches, consultores e experts. Outros se identificam apenas como influencers, gurus, dentre muitas outras denominações.
Em comum, oferecem fórmulas mágicas e oportunidades de enriquecimento rápido através de métodos, produtos e serviços “inovadores”, porém, como tudo na vida, não existe almoço grátis! Tudo o que parece bom demais para ser verdade costuma mascarar golpes, esquemas ou simplesmente mecanismos de atração para outras finalidades.
No mercado financeiro, distorções que geram lucros extraordinários desaparecem quando conhecidas, por isso é importante pensar: se alguém encontrasse o “mapa do tesouro” por que iria compartilhar?
Na hora de escolher quem ouvir é fundamental ser exigente e crítico, pesquisar o histórico, as certificações, avaliar o conhecimento que a pessoa possui, buscar referências, entender o que será entregue e monitorar constantemente os serviços prestados. É o olho do dono que garante o sucesso! Sucesso financeiro demanda dedicação e disciplina. De grão em grão você chega lá!